Na minha tênue vivência que desfruto,
Busquei a insônia para calcular o feito.
Em vão, pois a arrogância transformou-se em choro.
Busquei conselho do poeta
E Augusto dos Anjos me fez sentir
Que há dor infinda,
Que convida à cicuta,
E a minha: insigne, perene, passageira.
Não sou tão quanto ele o é.
Não sou infeliz, por vezes triste.
Vai-se a amargura, vai-se o medo,
Vai-se a arredia clausura.
Talvez retorne pelas vias tortas,
Pelas mãos de Judas,
Pelas ondas cibernéticas...
Pelas paredes mudas.
Porquanto que a vida é uma aventura,
Um lançar-se aos ventos,
Que inebriam e matam.
Passa-se o tempo com sua força
De mutabilidade (in)certa,
De águas passageiras e inéditas.
Vão-se os ruídos, as inflamações, os escarros...
E a espada volte à bainha,
Pra que o gozo regresse ao seu ventre:
Hoje aquele pouso de candura
Em que Byron um dia fez de leito.