sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

DIVAGAÇÕES

O silêncio cadavérico e ensurdecedor
Que ronda pelas teias da solidão
Aqui é o mesmo que lá
As paredes são as mesmas
Quando não há
Outros átomos epidérmicos a comungar
As próteses são as mesmas
As companhias que inexistem
Lá abundam, às vezes
E assim o relógio avança despercebido
Apesar da arrogante ação humana
Enquanto o costume, na sua teimosia de sempre
Não recolhe sua tenda
O novo há de vir e logo envelhecer
Outros novos urgirão e se vão
Quebrem-se as paredes
Rasguem-se as entranhas
E pontes sejam palpáveis aquém do horizonte
Que não há na visão ocular
Há pedras, há muros, há vias, há pontes
Há mais vida metálica e epidérmica
Entre as paredes, mais tato...
Mais cheiro...
Mais gozo...
Já quase a dormitar.

0 comentários:

Postar um comentário