domingo, 4 de outubro de 2009

Congresso aprova 38% de projetos bizarros e inúteis

publicado em 04/10/2009 às 10h00


Projeto de deputado quer obrigar a Aeronáutica a contar tudo sobre extraterrestres

Wanderley Preite Sobrinho, do R7

Se o Congresso Nacional fosse uma empresa, seus funcionários (deputados e senadores) estariam, no mínimo, desesperados com tanto trabalho: os parlamentares das duas Casas –Câmara e Senado- precisam votar, juntos, 15.201 projetos de lei ordinária, a mais comum delas. Apesar de tanto serviço, senadores e deputados ficam apenas três dias em Brasília e, quando ficam, propõem uma série de projetos bizarros e inúteis.

Um levantamento da ONG Transparência Brasil mostra que, nos últimos seis anos, 38% de tudo o que foi aprovado no Senado não tem pé nem cabeça ou não tem a menor importância.

O senador campeão de projetos irrelevantes é o tucano Arthur Virgílio (AM), com 867 propostas, diz a ONG. Ele quer dar ao cupuaçu o título de fruta nacional, proibir o uso de vidros escurecidos em carros oficiais e transformar a Zona Franca de Manaus em Pólo Industrial. A assessoria do tucano confirmou que boa parte dos projetos era para fazer homenagens, mas negou interesse eleitoral porque muitos homenageados nem eram de seu Estado.

- Essas proposições de incentivo podem parecer irrelevantes para as pessoas em geral, mas não o são nem para o senador nem para os destinatários, no caso de mortos, as pessoas da família.

O tucano é seguido de longe na pesquisa por Ideli Salvatti (PT-SC), com 77 projetos inúteis, Paulo Paim (PT-RS), com 76, Marco Maciel (DEM-PE), com 67, e Eduardo Azeredo (PSDB-MG), com 60. Todos os parlamentares foram procurados pelo R7, mas além de Virgílio, apenas a assessoria de Paim retornou contato e disse que o senador também foi reconhecido na pesquisa por ter apresentado 160 projetos de impacto.

Mais do que inúteis, alguns projetos de lei chamam a atenção pela bizarrice. Um dos deles quis obrigar a Aeronáutica a contar tudo o que sabe sobre extraterrestres. Outro quer proibir que bichos de estimação recebam nome de gente. Ainda da Câmara uma proposta quer dar ao município de Apucarana, o Paraná, o titulo de "Capital Nacional do Boné", enquanto outra quer instituir a Semana Nacional do Feijão e Arroz.

Outro projeto bizarro elege o dia 18 de junho para comemorar o dia do Tambor de Crioula - uma dança africana comum no Maranhão. O senador Flávio Arns (PSDB-PR) quer que o dia 9 de agosto seja dedicado à Equoterapia, uma espécie de equitação terapêutica. Ele afirmou ao R7 que apresentou o projeto porque acha importante que a população conheça o tratamento:

- Nada melhor do que um dia nacional para ajudar a divulgação da atividade, que é bonita e necessária.

Fonte: www.r7.com

0 comentários:

Postar um comentário